No mundo dos investimentos existem diversos produtos financeiros, ativos e métodos de análises, e cada um se adequa às particularidades e interesses de cada investidor.
Como produtos financeiros poderia citar os Certificados de Depósitos Bancários, LCIs e LCAs. Na classe de ativos temos as ações de empresas, commodities, imóveis e uma das modalidades de análise de empresas muito utilizada é o “Value Investing” ou investimento em Valor.
O investimento em valor é um paradigma de investimento que deriva das ideias sobre investimento e especulação que Benjamin Graham e David Dodd começaram a ensinar na Columbia Business School em 1928. O conceito envolve a compra de títulos de empresas cujo o preço parece subestimado em relação ao seu valor contábil e tem rendimentos de dividendos elevados.
Desse modo, value investing induz o investidor a analisar os projetos e empresas no qual se pretende investir de maneira qualitativa, no intuito de, ao adquirir ações destas empresas, esteja se tornando sócio das mesmas e participando de seus resultados.
Em resumo, empresa boa era aquela que gerava lucro, estava barata e gerava caixa para o bolso do acionista. E ponto final. Mas, ao que tudo indica, pretendem reinventar a roda.
Você deve estar acompanhando a febre das startups focadas em inovação e tecnologia (já fizemos um post sobre aqui). Para essa nova geração, o principal objetivo é simplesmente crescer, tornar-se um Unicórnio.
“Uma empresa unicórnio é aquela que conseguiu ser avaliada em 1 bilhão de dólares antes de abrir seu capital em bolsas de valores.”
Contudo, o fato de crescerem exponencialmente não significa que estão gerando lucros ou formando uma base sustentável. Por trás dessas empresas, normalmente estão fundos de Venture Capital que investem bilhões de dólares, pressionando-a para crescer, mesmo que os indicadores como LTV, CAC, P/VP e ROE estejam insustentáveis. Na minha humilde opinião, vai dar ruim.
A startup de escritórios compartilhados WeWork, pode derrubar seu valor de mercado de US$ 47 bilhões para US$ 10 bilhões
Prestes a estrear na bolsa, a companhia enfrenta a preocupações de investidores por conta de seu modelo de negócio. No mês passado, a WeWork divulgou seu balanço que revelou um prejuízo de US$ 1,9 bilhão em 2018.
As cifras mostraram que o unicórnio americano segue uma trajetória comum de companhias de tecnologia — como Uber, Nubank e Lyft —, a de não dar lucro (ao menos por enquanto).
Questionamentos
Mas por que os investidores compram os papéis dessas companhias? Em linhas gerais, a resposta também serviria para explicar o motivo de tantas pessoas falarem sobre Bitcoins e Criptomoedas… a expectativa. Por conta do modelo inovador, promessas e da farra de liquidez, as pessoas esperam que, no futuro, o crescimento dessas e outras iniciativas chamadas de “disruptivas” seja exponencial.
A expressão faz referência às falsas promessas dos alquimistas da Idade Média, que juravam poder produzir ouro. Esse falso ouro era chamado de Ouro de Tolo.
Ouro de tolo
Na idade média, “ouro de tolo” era o nome que se dava às falsas promessas dos alquimistas, sob a forma de uma receita mística que promoveria a transmutação de chumbo em ouro. A eficácia da receita nunca foi comprovada, mas pode-se dizer que ao menos no Ocidente, em pleno século XXI, os experimentos continuam em curso.
Você não vê alguma semelhança entre os dois casos? No fim e de tudo, me passa a impressão que muitas histórias e projetos são desenvolvidos com o único interesse de crescer e atrair clientes, sem se preocupar em rentabilizar o negócio. Quanto tempo a paciência e o caixa dos investidores irão durar?
teste
Uma resposta
Olá colega. Excelentes observações!
Os rolos sempre retornam das mais variadas formas e alguém vai pagar esta conta.
– Projetos são desenvolvidos com o único interesse de crescer e atrair clientes, sem se preocupar em rentabilizar o negócio.
Sua humilde opinião está clara.
Grande Abraço.