A população brasileira é formada, segundo dados do IBGE, por 55,8% de pretos e pardos e 43,1% de brancos. Porém a vantagem numérica populacional termina por aqui, as estatísticas não deixam dúvidas:
A população negra desempregada está acima da média nacional, pretos e pardos sem trabalho equivalem a 70% do coeficiente..
A falta de emprego associadas a ausência de educação são combustíveis para violência e o crime. Os negros, segundo o Infopen (Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias), representam dois terços da população carcerária do Brasil — mais de 800 mil pessoas ao todo.
Ainda no rol de estatísticas desalentadoras, os negros são os que mais morrem vítimas de violência policial. Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, revelam que mortes nas mãos da polícia são de vítimas do sexo masculino (99%), sendo que os negros são 75%. Somente em 2018, dos 33,5 mil jovens de 15 a 29 anos que foram assassinados no país, mais de 25 mil eram negros.
Embora estejamos com os números contra nossa comunidade, não é tarde demais para virarmos o jogo. Nossa principal ferramenta é o nosso “poder de consumo” de R$1,7 trilhão que precisa urgentemente tornar-se poder de PRODUÇÃO.
Explico: Consumir não pode ser considerado um poder em si, pois sem a pratica do #blackmoney esse poder estará sendo transferido para um outro grupo. Contudo, ao decidirmos manter esse dinheiro dentro de nossa própria comunidade ativamos o poder de produção, o poder de decidir o que produzir, quem contratar e das relações de crédito.
O Natal é um excelente momento para as marcas de empreendedores pretos atrairem um novo grupo de consumidores afro e de brancos anti-racistas. Embora o mês do Natal seja um ótimo lugar para começar, sua estratégia de marketing com foco no público negro, não deve terminar com este mês e deve consistir em uma abordagem de #blackmoney durante todo o ano.
Aqui estão algumas maneiras acessíveis, rápidas e fáceis de seu negócio beneficiar-se da cultura do Black Money e fortalecer nossa comunidade.
1. Mostre o rosto atrás do logotipo.
Isso é algo que sempre debato com a equipe de marketing/midia do MBM. Os consumidores gostam de ver o rosto por trás do logotipo. Nosso povo preferem ver o que está por trás do produto. Precisamos ser autênticos ao tentar nos conectar com nossa comunidade. A melhor maneira de fazer isso é produzindo vídeos, projetando imagens e coletando citações de outros funcionários ou clientes pretos. Aqui está uma abordagem econômicafeita pela DBB.
2. Apoie a comunidade.
De acordo com Nielsen , “38% dos afro-americanos entre 18 e 34 anos e 41% daqueles com 35 anos ou mais esperam que suas marcas favoritas apoiem causas sociais”. Isso é 4% e 15% maior que a média total da população, respectivamente. Ao direcionar as experiências das comunidades afro-americanas, as marcas podem estabelecer confiança e lealdade nesse grupo. Uma boa maneira de fazer isso é estabelecer parcerias com a comunidade, como as atividades que fazemos através do Afreektech , que desenvolve novas habilidades e competências em empreendedoras e jovens negros (através de cursos próprios e parcerias).
3. Celebre as diferenças enquanto destaca as semelhanças.
No final do dia, somos todos pretos. Honre o que torna nossa cultura única, mas não esqueça que somos plurais. Podemos ser cristãos, afrocentrados, mulheristas ou muçulmanos. Contudo, valorizamos a família, somos leais a comunidade e queremos o melhor para todos. A criação de uma campanha focada nesses atributos falará com toda nossa comunidade. Ao mostrar ao nosso povo que sua marca pertence a eles, eles se sentirão mais compelidos a mostrar sua lealdade. Um exemplo disso são as ações que fazemos com o StartBlackUp.
4. Adapte o conteúdo novamente.
Para manter essa comunicação durante o ano todo, você pode reciclar seu conteúdo e adotar uma abordagem diferente ao compartilhar. Quase 60% dos profissionais de marketing reutilizam conteúdo. Um exemplo disso é a campanha “20 Coisas que homens Negros precisam Saber”
5. Use a mídia social e Marketplaces para alcançar esse mercado, além das avenidas tradicionais de marketing.
Como um Growth Seeker sempre procuro o caminho que me levará mais rápido e pelo menor custo ao meu objetivo. Por isso não faço eleição de preferencias, mas os consumidores negros estão usando cada vez mais o mobile e a mídia social para sua experiência de compra.
No entanto, se as marcas não estiverem prontas para esse nível de contato, elas terão muito a perder. A comunidade negra é extremamente sensível ao papel das marcas, estão assumindo uma grande consciência de sua cultura e não têm medo de usar as mídias sociais para chamar a atenção para quem está atacando sua comunidade ou se apropriando dela. A mídia social é a ferramenta que deu voz a um grupo marginalizado.
Como o poder da mídia social se funde com os consumidores negros instruídos e conhecedores de tecnologia, nunca houve um momento mais crucial para as empresas usarem as diversas plataformas digitais e marketplaces para criar conexões com esse grupo. Isso ajuda a promover relacionamentos também como proteger os resultados da empresa.
Outras coisas a ter em mente
1. Lealdade à marca.
As empresas devem realizar mais pesquisas sobre gastos dos afro-brasileiros e ficar de olho em pequenas mudanças nos gastos. Quanto mais uma empresa aprende sobre seus consumidores, mais leais eles se tornam. A lealdade à marca, em particular, depende da responsabilidade social, sensibilidade cultural e engenhosidade da marca.
2. Afro-brasileiros são influenciadores culturais.
O que os negros compram são frequentemente declarações de si mesmos – em particular, sua cultura, tradição e estilo de vida. Essa é uma grande oportunidade para as empresas que ainda não mergulharam nesse mercado, porque, assim que o fizerem, construirão a lealdade à marca que poderá se expandir para as gerações futuras. A exemplo podemos citar empreendimentos como a PopAfro.
3. Se você não está fazendo marketing para essa base, isso pode afetar os resultados da sua marca.
Você deve usar as ferramentas necessárias para alcançar esse mercado. Com o tempo, à medida que a comunidade negra verificar sua marca comemorando consistentemente sua cultura, usando dados para obter informações sobre sua sensibilidade sócio-política, incluindo-as em campanhas gerais de marketing, envolvendo-se na comunidade e exibindo empatia cultural, sua empresa ganha sua confiança e, eventualmente, sua lealdade. Em breve teremos um Bootcamp para tratar desses assuntos, demonstre abaixo seu interesse em participar ==>
5 respostas
Que artigo, Alan!
Recheado de dados contundentes e com estratégias para solucionar os principais problemas que passamos.
Gostei de uma frase que você me falou:
“Somos a nossa solução”.